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Câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo

Câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo

O Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente, com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A Campanha visa mostrar os dados preventivos e ressaltar a importância de olhar com atenção para a saúde, garantindo um tratamento de qualidade como o atendimento médico e o suporte emocional. Durante este mês, aborda-se o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e mostrar a importância da prevenção, pois nos estágios iniciais a doença apresenta grandes chances de cura.

O câncer de mama é um tumor maligno com potencial de invadir outros órgãos, sendo um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Além disso, é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. Esta também é a causa mais frequente de morte nessa população, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, 2020).

Em 2021, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres (INCA, 2020). A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia, ainda segundo o INCA.

 

Quais as causas do câncer de mama?

Várias são as causas do câncer de mama, sendo a idade o fator de risco mais importante para a doença: cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Outros fatores que aumentam o risco da doença são:

  1. Fatores ambientais e comportamentais: obesidade, sedentarismo, uso de bebida alcoólica, tabagismo, exposição a radiações ionizantes para tratamento, exames ou serviço;
  2. Fatores da história reprodutiva e hormonal: primeira menstruação antes dos 12 anos, não ter filhos, primeira gravidez após os 30 anos, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, uso de contraceptivo hormonal com estrógeno e progesterona, fazer terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos;
  3. Fatores genéticos e hereditários: história familiar de câncer de mama antes dos 50 anos; história familiar de câncer de ovário, história familiar de câncer de mama em homens, alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

 

O que é a prevenção do câncer de mama?

A prevenção atua sobre os fatores de risco modificáveis, incluindo mudanças de hábito que envolvem evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar, praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável e evitar exposição aos riscos ambientais. Essas ações diminuem significativamente as chances de desenvolver câncer de mama.

Outra ponto importante é a detecção precoce e, neste sentido é importante incentivar as mulheres a investigar um possível diagnóstico, como o autoexame e exames preventivos de imagem, entre eles o ultrassom das mamas e mamografia, de acordo com cada caso. Com o diagnóstico precoce a chance de cura é de 95% nos casos iniciais, de acordo com o Instituto Oncoguia.

A mamografia é imprescindível na detecção precoce do câncer de mama, sendo o principal método para o rastreamento da doença, seguido pelo autoexame. Por meio da mamografia é possível identificar alterações suspeitas de câncer, como as microcalcificações, que podem ser vistas antes do surgimento dos sintomas ou até mesmo antes da palpação de um nódulo mamário. Lembrando que a dose de radiação para realizar a mamografia é ínfima e não induz o aparecimento de câncer.

 

É possível evitar o câncer de mama?

Cerca de 30% dos casos podem ser evitados quando desenvolvemos atitudes preventivas como a adoção de hábitos saudáveis.

 

Como a mulher pode perceber o câncer de mama?

A mulher pode perceber alguns sinais e sintomas logo nas fases iniciais, por exemplo: percebe-se em 90% dos casos o nódulo endurecido e indolor; pode ainda ser encontrada pele retraída, avermelhada, semelhante a “casca de laranja”; alteração no mamilo (retração, inversão), presença de nódulos na axila ou no pescoço; saída espontânea de secreção mamária transparente ou sanguinolenta.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) das 11,5 milhões de mamografias, que deveriam ter sido realizadas no ano de 2020, apenas 2,7 milhões foram feitas. A não realização do exame é um fator de risco para milhares de mulheres e um alerta para a importância da campanha Outubro Rosa. A pandemia da COVID-19 afastou milhares de mulheres das Unidades de Saúde e dos consultórios médicos, fazendo com que muitos diagnósticos deixassem de ser feitos.

 

Mulheres com câncer de mama

Na campanha Outubro Rosa fala-se sobre os dados preocupantes da doença no Brasil e no mundo, sobre a importância do autoexame e a eficácia do exame de mamografia, mas pouco se fala sobre o que fazer em caso de diagnóstico positivo para câncer de mama. Enquanto os meios de comunicações falam sobre a campanha há um grupo de pessoas que acabam esquecidas: as mulheres já diagnosticadas com câncer de mama.

Deve-se prestar informações confiáveis, importantes e não alarmantes sobre a doença, ensinando a população a ter afeto, cuidado, amor com as pacientes que convivem com o câncer de mama e que podem e devem ter uma vida normal. “Há muita vida após o câncer”. O diagnóstico precoce é realmente capaz de salvar vidas, então cuide-se, faça o autoexame, permanecendo como alerta o diagnóstico precoce muito bem expressado no slogan da Sociedade Brasileira de Mastologia: “Quanto antes melhor!”

 

Dra. Mirian Rosa Ferraz José

Diretora da Saúde da Mulher no Departamento de Atenção à Saúde Materno Infantil (DASMI) HCFAMEMA.

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