A campanha Fevereiro Roxo foi criada com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças: Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia.
Apesar de serem distintas, as doenças têm em comum o fato de não possuir cura, sendo de extrema importância a realização do diagnóstico correto para que o tratamento seja feito de forma eficaz e segura.
A seguir, iremos abordar sobre a doença de Alzheimer.
O que é o Alzheimer:
A doença se apresenta como uma demência, caracterizada pela perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
Quais são os principais sintomas?
Na fase leve, podem ocorrer alterações como:
• Perda de memória recente;
• Dificuldade para encontrar palavras;
• Desorientação no tempo e no espaço;
• Dificuldade para tomar decisões;
• Perda de iniciativa e de motivação;
• Sinais de depressão;
• Agressividade;
• Diminuição do interesse por atividades e passatempos.
Na fase moderada, são comuns:
• Dificuldades mais evidentes com atividades do dia a dia, com prejuízo de memória;
• Esquecimento de fatos mais importantes, nomes de pessoas próximas;
• Incapacidade de viver sozinho;
• Incapacidade de cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras, dependência importante de outras pessoas, necessidade de ajuda com a higiene pessoal e autocuidados;
• Maior dificuldade para falar e se expressar com clareza;
• Alterações de comportamento (agressividade, irritabilidade, inquietação);
• Ideias sem sentido (desconfiança, ciúmes), e
• Alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de pessoas que não estão presentes).
Na fase grave, observa-se:
• Prejuízo muito importante da memória, com incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos;
• Dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição;
• Dificuldade de entender o que se passa a sua volta;
• Dificuldade de orientar-se dentro de casa.
• Pode haver incontinência urinária e fecal e intensificação de comportamento inadequado;
• Há tendência de prejuízo motor, que interfere na capacidade de locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar.
• Posteriormente, o paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado.
Sintomas mais raros:
Além da típica forma amnésica, apresentações focais atípicas da doença de Alzheimer (DA) foram descritas em estudos anatomopatológicos. Essas variantes fenotípicas da DA (“DA atípica”) não seguem o padrão amnésico convencional e incluem síndromes corticais focais não amnésicas, tais como a atrofia cortical posterior e a variante frontal da DA.
Em caso de suspeita da doença, qual especialidade profissional devemos procurar?
Geriatras, Neurologistas e Psiquiatras especializados em diagnóstico e tratamento das síndromes demenciais e da doença de Alzheimer.
Como podemos prevenir?
São considerados fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Esses fatores relacionados aos hábitos são considerados modificáveis. Alguns estudos apontam que se eles forem controlados podem retardar o aparecimento da doença.
É muito comum que os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer (DA) sejam confundidos com o processo de envelhecimento normal. Essa confusão tende a adiar a busca por orientação profissional e, não tão raro, a doença é diagnosticada tardiamente. Recomenda-se que, diante dos primeiros sinais, as famílias procurem profissionais e/ou serviços de saúde especializados para diagnóstico precoce no estágio inicial da doença, o que favorecerá a evolução e o prognóstico do quadro.
Texto elaborado pelo Prof. Dr. Ricardo Shoiti Komatsu
Supervisor do Programa de Residência e Geriatria – HCFAMEMA
Chefe da Disciplina de Geriatria e Gerontologia – FAMEMA.
CRM 56604